Esta actividade tal como muitas outras não se sabe bem como e onde teve inicio, pensa-se que esta actividade nasceu como meio de transporte que servia o comércio de madeiras, nos países da Europa do Norte, nas densas regiões de florestas. Como o acesso a estas zonas era difícil, o rio revelou-se o meio de deslocação mais prático e rápido. Nos grandes rios americanos, os primeiros exploradores utilizavam o mesmo tipo de embarcações que na Europa – as jangadas, para a comercialização das peles e percorriam centenas de quilómetros. Estas jangadas eram abandonadas nos locais de destino devido à impossibilidade de serem transportadas para montante. Estas jangadas já ofereciam alguma estabilidade e segurança podendo mesmo considerar-se o “ancestral” do raft.
Com o avanço dos tempos, o raft deixou de ter uma utilização de transporte, de materiais, passando a ser usado para a descoberta e exploração dos rios. O primeiro relato de uma experiência de Rafting vem de 1869, quando um americano organizou uma expedição a bordo de barcos com remo central no rio Colorado (EUA) – sem técnica, sem barco flexível e com vários problemas de capotagem. Esta aventura caracterizou-se pela extrema dificuldade, pelos muitos acidentes e choques com obstáculos, visto que os equipamentos e técnicas eram primitivos.
A generalização da prática do Rafting verifica-se no final dos anos 40 nos EUA, utilizando os Rafts, (embarcações insufláveis) que surgiram em resultado do excedente de material militar no pós II Guerra Mundial. Então, os Rafts eram os boats de apoio dos submarinos americanos e foram feitos insufláveis devido à falta de espaço.
Foi na década de 50, com a evolução e popularização dos Rafts de borracha, que o Rafting tomou impulso comercial, principalmente nos Estados Unidos. É nos anos 70 que o Centro de Actividades Out Door de Nantahala e o Departamento de Recursos Naturais de Ohio desenvolveram, uma disciplina específica sobre resgate nos rios de águas bravas. Somente na década de 80 foi desenvolvido o raft com sistema auto escoante, isto é, toda água que entra por cima, sai automaticamente, por furos existentes nas laterais do fundo (este, sendo insuflável, permanece sempre mais alto que o nível da água). Antes disto, nos Rafts antigos, a água tinha de ser esgotada com um balde, para fora.
A sua estrutura resistente e maleável permite o transporte em segurança, por entre águas agitadas, sem que se volte ou quebre ao embater contra uma rocha ou a margem de um rio.
O RAFTING EM PORTUGAL
Em Portugal, também se foram desenvolvendo técnicas de navegação em águas bravas, impostas pela necessidade de transportas pessoas e bens. O Rio Douro, por exemplo, deixou referências marcantes no transporte do Vinho do Porto através dos Barcos Rabelos. Mas foi a técnica de “Paivar” que deixou marcas na história da evolução do Rafting em Portugal. Técnica usada no Rio Paiva que consistia na utilização de uma vara longa que se firmava no fundo do rio, que permitia a deslocação e condução da embarcação.
As experiências sucederam-se e muitas pessoas corajosas desceram o Rio Paiva em Canoas, Kayaks e Rafts a quem hoje se deve a evolução do Rafting, em especial no Rio Paiva, o mais selvagem. Mas,como em todas as histórias, houve um marco de referência que culminou em 1994, com os treinos de coragem de uma equipa reunida pelo Tuaregue Kayak Clube que participou, em 1995, numa expedição ao Pólo Norte, em Kayak. Os treinos atingiram o seu clímax, no percurso mais técnico – a “Garganta do Paiva” sendo utilizado o primeiro barco de Rafting de fabrico nacional, produzido pela Barcoeste.
Por: José Nogueira
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