A classificação dos canyonings ainda é um assunto bastante discutido e pouco consensual.
Estes podem ser classificados com base no seu interesse, dificuldade técnica “vertical” e aquática, exposição, continuidade, riqueza e sensibilidade do meio ambiente.
Como o canyoning é praticado em espaços naturais frequentemente de difícil acesso e progressão, desenrola-se num ambiente misto: montanha / água, e requer conhecimentos técnicos associados à progressão com recurso a manobras de cordas, caminhada, escalada e progressão no meio aquático incluindo águas bravas, torna-se necessário adoptar um sistema de graduação dos canyonings com varias variáveis.
Adicionalmente, as condições de descida de um canyoning podem variar bastante, especialmente devido às condições do meio e, principalmente, com a variação do caudal.
Os principais factores que contribuem para a dificuldade e segurança da prática de um canyoning são:
Equipamento do canyoning (equipado, parcialmente equipado, não equipado)
Extensão, incluindo o acesso e regresso
Dificuldade técnica associada à transposição dos obstáculos e progressão no rio
Caudal e movimentos de água
Morfologia
Exposição – queda de pedras, cheias provocadas por descargas, etc.
Escapatórias
Facilidade em sair de zona de cheia
Tempo de permanência em contacto com a água
Temperatura da água e do meio ambiente
Facilidade de comunicação e resgate
Informação disponível
Factores humanos – conhecimentos, dimensão dos grupos, etc.
Para além da classificação associada à dificuldade, os canyonings podem ser classificados tendo em conta a exposição e extensão e o seu interesse.
Classificação dos canyonings
Os canyonings podem ser classificados tendo em conta diversos factores. Para além da classificação associada à dificuldade, os canyonings podem ser classificados em relação à exposição e extensão e ao seu interesse.
A classificação aqui apresentada tem como base o documento realizado pela Federação Francesa de Montanha e de Escalada (FFME), com apoio da Federação Francesa de Espeleologia (FFS) em conjugação com o Sindicato Nacional de Guias de Montanha (SNGM), o Sindicato Nacional de Profissionais de Escalada e de canyoning (SNAPEC), o Sindicato nacional de profissionais de espeleologia e de canyoning (SNPSC) e a Federação de Clubes Alpinos Franceses (FCAF).
Estas normas foram adoptadas pelo comité director em 27/09/2003.
Classificação do grau de interesse dos canyonings
O interesse de um canyoning é relativamente subjectivo, no entanto é possível, com alguma aproximação, classificar esse interesse tendo em conta a riqueza e beleza natural, o interesse técnico e desportivo e a componente lúdica.
Assim consideram-se quatro níveis:
* Pouco interessante
** Interessante
*** Muito interessante
**** Excepcional
* Pouco interessante
** Interessante
*** Muito interessante
**** Excepcional
Grau de dificuldade dos canyonings
Embora ainda não exista um sistema de graduação de dificuldade para o canyoning que seja unânime, justificado por ser um desporto relativamente recente e pela dificuldade variar muito consoante o caudal, apresenta-se aqui uma proposta de graduação elaborada a partir de trabalhos desenvolvidos pelas principais entidades do sector tais como a Federação Francesa de Montanha e Escalada e a Escola Francesa de Descida de Canyonings.
O sistema de graduação apresentado refere-se às condições normais dos canyonings (débitos relativamente baixos) e nos períodos mais propícios para a sua descida. Um canyoning fácil, em determinadas situações (por exemplo em cheia ou em condições meteorológicas adversas), torna-se bastante perigoso, ou mesmo impraticável.
Pressupõem-se igualmente que os praticantes apresentam conhecimentos adequados às exigências técnicas da descida, apresentam boa condição física e utilizam equipamento adequado.
Por sua vez, a graduação pressupõe a utilização das técnicas adequadas mais comuns. Por exemplo, pode-se recorrer ao rapel guiado para a maior parte do grupo efectuar a descida e assim diminuir a dificuldade da passagem.
A cotação atribuída a um rio é definida pela O critério mais elevado na escala de dificuldade será o que condiciona a categoria de dificuldade.
A parte psicológica associada à exposição, verticalidade, etc, não é tida em conta nesta proposta de graduação.
A exposição a perigos objectivos, associados à fragmentação da rocha, dificuldade em gerir roçamentos ou à possibilidade de abrigo de queda de pedras, não está suficientemente explorada na proposta de classificação francesa que serviu de base a esta classificação, pelo que foram introduzidas estas variáveis nos graus de dificuldade mais elevados. A dificuldade associada aos saltos só é considerada quando estes são obrigatórios.
Este sistema de cotação apresenta-se dividido em dois indicadores do nível de dificuldade:
* Cotação técnica vertical – V (vertical)
* Cotação aquática – a (aquática)
Cada um deles está dividido em sete classes de dificuldade – 1 a 7, estando o limite superior em aberto.
Por: Inês Silva
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