No curso de mergulho recreativo, o aluno é instruído sobre a teoria básica da descompressão e sobre o uso de tabelas que mostram várias combinações de tempo e de profundidade de uma imersão. É depois dito que o mergulho nunca deve ultrapassar qualquer combinação entre os dois elementos a partir do qual se torna obrigatório proceder a “patamares de descompressão”. A razão para essa limitação é que fica, muitas vezes, por explicar.
A verdade é que todos os mergulhos, por mais curtos e baixos que sejam, geram um processo de descompressão: o gás inerte que entrou no organismo devido ao aumento de pressão do ar respirado, volta a sair (progressivamente) quando a pressão diminuir; a esta ultima fase é que se dá o nome de descompressão. Então, pode o leitor indagar, o próprio titulo deste artigo está incorrecto? De certa forma sim. O que se passa é que vulgarmente se classifica de Mergulhos com Descompressão, aqueles em que a quantidade de azoto (gás inerte) absorvido ultrapassa o nível a partir do qual o mergulhador não pode subir directamente para a superfície sem efectuar paragens a determinadas profundidades e lá permanecer durante alguns minutos.
Estas paragens, denominadas de patamares de descompressão, possibilitam que parte do azoto absorvido saia do organismo antes de prosseguir com a diminuição de pressão, ou seja, de prosseguir com a subida; no caso de estas paragens não serem efectuadas corre-se o risco de formação de bolhas gasosas no organismo, o que originaria um Acidente de Descompressão. Mas isto já todos os que mergulham devem saber, o que interessa agora explicar é qual a razão para restringir este tipo de mergulhos aos mergulhadores recreativos e o que se pode fazer para poder executá-los em segurança.
Mal o computador ou a tabela indique que, antes de regressar à superfície, é necessário parar num patamar de descompressão, o mergulhador encontra-se perante um tecto virtual, ou seja, ele não deve dar por terminado o mergulho e colocar a cabeça fora de água, mesmo que queira. Entre ele e a superfície existe uma barreira invisível que, ao ser violada, implicará, com grande margem de certeza, a ocorrência de um Acidente de Descompressão. E aqui reside o principal problema deste tipo de mergulhos: não poder regressar à superfície enquanto não se cumprir o processo de descompressão gerado pela tabela de mergulho, sob pena de vir a sofrer embolias gasosas. Muitos factores podem contribuir para o não cumprimento dos patamares, todos eles independentes da vontade do mergulhador, desde o esgotamento da reserva de ar disponível, a avaria do regulador, a existência de animais marinhos perigosos (tubarões), agravamentos bruscos das condições atmosféricas, etc. Para alguns destes factores existe solução, mas nada há a fazer contra um tubarão inquisidor a querer partilhar o patamar com o mergulhador.
A necessidade de fazer mergulhos com descompressão pode surgir quando o objectivo do mesmo está a alguma profundidade ou quando se pretende estender o tempo de permanência. Nos mergulhos em naufrágios, por exemplo, não é muito apelativo limitar a cinco minutos o tempo de fundo só porque a partir daí se torna necessário fazer patamares de descompressão. Um mergulhador convenientemente equipado e treinado pode gozar de uns minutos a mais junto ao naufrágio e depois proceder à descompressão necessária sem problemas. A chave do sucesso neste tipo de imersões está no treino, no equipamento, nos conhecimentos teóricos e na atitude do mergulhador.
Quem quer que se aventure no mergulho com descompressão, a primeira coisa que tem de dominar é, indiscutivelmente, o controle de flutuabilidade. Só assim se garante a perfeita execução dos patamares nas profundidades exigidas. A estabilização do mergulhador é imprescindível para se conseguir um processo de descompressão eficaz, sem a qual o risco de acidente se torna maior. Outro ponto importante é saber planear o mergulho: consultar as tabelas, definindo profundidades máximas, tempos máximos de permanência e tempos de descompressão, e em seguida calcular o consumo de ar previsto para o mergulho. Como é óbvio, a quantidade de ar necessária tem de incluir os patamares de descompressão e o mergulhador mais incauto, que não planeou previamente a sua imersão, facilmente comete o erro de avaliar incorrectamente o seu consumo e ver a reserva de ar disponível esgotar-se enquanto ainda tem alguns minutos de patamar para executar. Depois do plano definido entra o factor equipamento. O equipamento que é necessário para garantir a segurança do mergulhador nestes mergulhos tem obrigatoriamente de incluir uma fonte de ar alternativa, ou seja, algo que possibilite ao mergulhador executar todos os patamares obrigatórios, caso a reserva principal de ar falhar. Mesmo com o uso de computador de mergulho, será conveniente levar umas tabelas de mergulho porque se o computador avariar, o mergulhador não fica sem saber qual o tempo de patamar a executar.
Para mergulhos que exijam grandes tempos de descompressão, recorre-se ao uso de misturas gasosas enriquecidas com oxigénio, Nitrox, ou mesmo de oxigénio puro, com o intuito de acelerar o processo de dessaturação do gás inerte (azoto) e assim de reduzir o tempo dos patamares. No entanto, é necessário ter formação especializada para saber lidar com estas misturas de descompressão, pois o seu incorrecto manuseamento pode ser perigoso.
Até há pouco tempo, falava-se muito na chamada “Curva de Segurança”, uma linha que separava os tempos e profundidades de mergulho que não exigiam descompressão obrigatória, dos que efectivamente exigiam; e era frequentemente dito que se o mergulhador permanece dentro dos limites dessa curva, estaria “seguro” da Doença de Descompressão. A denominação foi sendo abandonada a partir do momento em que se começou a verificar que os Acidentes tanto aconteciam aos que permaneciam fieis a esse principio como aos que o ignoravam e se aventuravam além da linha. No entanto, isto não significa que as probabilidades de um Acidente não sejam maiores neste tipo de mergulhos, o que mostra é que um Acidente de Descompressão pode ocorrer a qualquer um, independentemente do mergulho que fizer, mas quem optar por imersões que impliquem descompressão obrigatória tem de assumir um risco maior que os outros. Um mergulhador recreativo não está preparado para lidar com esse aumento de risco, quer por falta de treino, equipamento, conhecimentos teóricos, ou simplesmente, por opção. Se, eventualmente, a opção surgir, terá de procurar formação especializada em cursos de Mergulho Técnico e aí aprender tudo o que é necessário para lidar com os riscos dos Mergulhos com Descompressão. Sem isso o melhor é não se aventurar
Quando o assunto vem à conversa entre mergulhadores recreativos surgem pelo menos três atitudes distintas: aquela em que o nosso amigo Tóino Valentão afirma que só os “maus” mergulhadores é que fazem por sofrê-la e que, nas palavras dele, “o je aqui é imune a tal coisa”; outros que vão a correr para o pedaço de madeira mais próximo, bater três vezes e dizer “lagarto, lagarto, lagarto!”; e finalmente aqueles que se calam ou procuram mudar o tema de conversa, ou seja, aqueles que já o sofreram e temem ser olhados de alto a baixo e alvo de murmurinhos discriminatórios.
Qualquer um dos três tem algo para aprender, algo que pode fazer e algo para assumir.
Para o primeiro será aconselhável relembrar-lhe (simplificadamente) o mecanismo que está por detrás da Doença de Descompressão: Ao mergulhar, o azoto contido no ar que respiramos é transferido dos pulmões para os vasos sanguíneos que os envolvem e é dissolvido no sangue; daí circula pelo corpo até aos diferentes tecidos (pele, músculos, ossos, etc.); o aumento de pressão, resultante de um aumento de profundidade vai fazer dissolver cada vez mais azoto no nosso corpo ao longo do mergulho; quando subimos esse excesso de gás inerte começa a sair do organismo, passa dos tecidos para a corrente sanguínea ainda numa forma dissolvida e depois viaja de volta aos pulmões, onde é expelido novamente sob a forma gasosa. Pelo menos será isto que nós veementemente esperamos que aconteça; o problema surge quando a pressão ambiente exterior decresce rápido demais e o azoto não consegue manter-se dissolvido; ele começa a passar para o estado gasoso antes que consigamos expirá-lo: as bolhas formam-se e obstruem os vasos sanguíneos, impedindo o sangue de passar; a partir daqui começam então os problemas propriamente ditos, que não vale a pena estar agora a avançar.
Percebido este mecanismo é importante fazer ver que existem certos factores que aumentam o risco (susceptibilidade) de Acidente de Descompressão, eis alguns deles:
• Desidratação - Ao provocar um aumento de viscosidade do sangue e a diminuição da aspersão dos tecidos limita-se a eliminação do gás;
• Temperatura - O frio diminui a capacidade que o organismo tem de absorver e libertar azoto; um mergulhador que começa um mergulho quente absorve mais azoto do que um que esteja mais frio, se o primeiro depois arrefece, normalmente para o fim do mergulho, a eliminação do gás é mais lenta, aumentando assim o risco;
• Idade - O risco de A.D. aumenta com a idade, possivelmente devido a alterações no sistema circulatório, nas articulações, em suma, da ‘composição’ do organismo;
• Obesidade - A gordura absorve mais azoto do que qualquer outro tecido no organismo, para além disso o aumento da massa do corpo significa mais lugar para o azoto se alojar, no entanto nem todos os estudos mostram que a obesidade esteja por si só directamente relacionada com a maior susceptibilidade ao A.D.;
• Excesso de exercício físico - Exercício durante o mergulho aumenta a absorção de azoto, o exercício também nos aquece, o que faz aumentar a quantidade absorvida; o cansaço, causado por má condição física, irá por sua vez piorar ainda mais as coisas, nomeadamente com o aumento de dióxido de carbono; deve-se evitar também o excesso de exercício imediatamente após o mergulho;
• Velocidade de Subida - Uma velocidade de subida correcta pode ser a diferença entre ter tempo para libertar o azoto através da expiração ou permitir que bolhas se formem no nosso corpo.
Existem ainda outros, que são no entanto mais difíceis de explicar por linguagem simples mas que contribuem igualmente para o A.D., como: perfil de mergulho iô-iô; mergulhos sucessivos e dias seguidos; profundidade, tempo de mergulho; prévios A.D.; excesso de álcool, de tabaco; certos medicamentos; lesões antigas; condição física… enfim, o que se pretende aqui é fazer ver ao Tóino Valentão que qualquer um de nós está sujeito a um dia se ver confrontado com um Acidente de Descompressão, por melhores mergulhadores que sejamos.
Voltando agora ao segundo mergulhador, aquele que sabe que pode vir a ter um Acidente, vale a pena ensinar-lhe alguns “truques” que possibilitem uma redução do risco:
• Antes do mergulho - Hidratar-se convenientemente (bebidas isotónicas, água, sumo maçã, evitando chá, café, sumo de laranja); não consumir álcool; não fumar; manter-se aquecido;
• Durante o mergulho - Evitar excesso de exercício (esforço); manter uma temperatura confortável; evitar mergulhos iô-iô; evitar mergulhos abaixo dos 30 m; subir devagar; se mais de 40 anos de idade assumir uma forma de mergulhar mais conservadora; nos mergulhos sem descompressão fazer paragens de segurança (3 a 5 minutos); se tiver descompressões obrigatórias, FAÇA-AS e faça-as correctamente (falhar um minuto ou dois pode ser o suficiente); considere e informe-se no uso de NITROX.
• Depois do mergulho - Manter os esforços no mínimo (haja quem leve a garrafa !!!); tornar a hidratar; não tomar duches ou banhos quentes por 2 horas; evitar álcool por 4 horas a seguir a um mergulho com descompressão e cuidado com as altitudes (>300 m).
Mas o risco nunca deixa de existir até porque o mecanismo que está por detrás do Acidente de Descompressão não é ainda hoje perfeitamente entendido e apesar de qualquer mergulhador dever saber explicar alegremente como funciona (como aliás eu atrás fiz), cientistas altamente credenciados irão dizer que não sabem todos os condicionantes para ele acontecer.
Outra preocupação é a existência, na comunidade de mergulhadores recreativos, de uma certa relutância em comunicar os sintomas de Doença de Descompressão quando eles surgem, o que vai contra toda a lógica e bom senso; qual a razão de um adulto inteligente ignorar esses sintomas quando sabe que, a existir realmente um Acidente, ele apenas vai piorar com o tempo e quanto mais tarde for tratado, menores serão as hipóteses de recuperação total ? Não é uma atitude de ‘macho’ suportar uma dor no ombro ou uma dormência progressiva: é pura e simples estupidez !
E ao reconhecer este cenário estamos perante o principio da explicação para a atitude do nosso amigo mergulhador que não gosta de assumir que teve um Acidente de Descompressão. É preciso retirar este sentimento de culpa que está tão impropriamente associado à Doença de Descompressão. Pode não ser culpa de ninguém que se sofra um Acidente; um mergulhador pode seguir tudo como manda a lei e mesmo assim sofre-lo. Os chamados líderes do mergulho têm que dar o exemplo e parar de apontar dedos e usar analogias antiquadas (“ele fez asneira e teve um acidente, o idiota!”) para analisar qualquer situação que lhes cheguem aos ouvidos, ainda que não saibam o que realmente aconteceu; se isto não acontecer, a relutância em comunicar os sintomas ou a “vergonha” em assumir um Acidente de Descompressão irá continuar.
Finalmente é importante sublinhar duas ideias, que por acaso podem parecer contraditórias: primeiro, que o tratamento da Doença de Descompressão não é aquele bicho de sete cabeças que muitos pretendem divulgar; na verdade ele resume-se a permanecer dentro de uma câmara hiperbárica um certo período de tempo; não provoca dor, nem tão pouco mal-estar, não são necessárias injecções, nem tubos a entrar pelo nariz e a sair por outra parte do corpo (!), é simplesmente ficar lá e respirar oxigénio, podemos até ler um livro ou quem sabe, o Mundo Submerso!; e mais, existe uma taxa de 95% de recuperações totais, sem qualquer espécie de sequela, quando o tratamento é feito a tempo e horas. A ideia seguinte é em atenção aos 5% restantes: aqueles que podem morrer, ficar tetraplégicos ou com qualquer outra terrível enfermidade que os irá acompanhar para o resto das suas vidas. Pelo que tenho observado, sinceramente me espanto como é que não existem mais casos de Acidentes de Descompressão em Portugal ! Desde aquele mergulhador, obeso e já com alguma idade, que reclama com o seu computador de mergulho por este ter bloqueado as funções logo a seguir a um mergulho a 30 metros, só porque falhou 10 (dez!) minutos de patamar, e que já não o pode utilizar para o mergulho sucessivo !! até àqueles que tentam rivalizar com o foguetão ARIANE nas suas subidas, tenho assistido a quase tudo e se situações destas prevalecerem, os Acidentes de Descompressão hão-de certamente começar a aparecer em maior número. É uma questão de tempo.
http://emedix.uol.com.br/not/not2004/04mar10mes-jop-ceb-descompressao.php
http://www.aquanautas.com/content.asp?contentid=580
http://www.aquanautas.com/content.asp?ContentId=547
http://www.web-dive.com/?option=42&lang=pt
Autor: Açores
bommmmmmmmm
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ResponderEliminarfabio viado
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ResponderEliminarfabio seu gayyy
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ResponderEliminarmilena ingoli pinto e depois come torresmo
ResponderEliminarzoio bebado
ResponderEliminartamiris ingoli rola e senta no pau do fabio
ResponderEliminarisa gostosa
ResponderEliminareliegi menopausa vencida shsahshahsha
ResponderEliminarbeijei a mae do marcus
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Larissa boca virgem
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ResponderEliminarPinto grande é o do pedo
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ResponderEliminarxaqu viados gays pau no meu cuh
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ResponderEliminara galera fala tanta bobeirA affff.
ResponderEliminaraqui nao e lugar pra isso . cai na real.