domingo, 6 de dezembro de 2009

Lesões na espeleologia

A Espeleologia é uma modalidade que exige caminha por terreno acidentado extremamente irregular com pouquíssima luz e pedras soltas, natação, conhecimento e preparo para técnicas verticais, abrindo um amplo leque de lesões, associado à dificuldade de remoção do praticante.
Lesões ortopédicas:

Tornozelos: Comum entorses seguidos de lesões ligamentares ou fracturas.
Pés: Assim como no trekking, as lesões ocorrem por períodos prolongados de caminhada, incluindo Frostbite nos dedos do pé quando expostos à agua fria por períodos prolongados; escoriações e bolhas por caminhada de longa distancia ou ténis inadequado
Joelhos: É uma articulação que "sofre" muito nesta modalidade, talvez mais que nas outras, pois, alem da irregularidade do terreno, o praticante é obrigado a agachar-se, assumindo diversos graus de flexão, suportando os mais variados torques de força predispondo a sobrecarga femoropatelar.
Muitas vezes, o espaço restrito de uma caverna obriga o praticante a andar de cócoras e torcer o joelho ao invés do tronco. Este gesto está ligado a altíssima incidência de lesão dos meniscos ocasionando, alem de dor, "travamentos" e derrames.

Coluna vertebral: Comuns síndromes dolorosas devido ao tempo prolongado em flexão ou lesões intrínsecas por movimento torsional carregando mochila pesada nas costas.
Mãos: Existe sempre a possibilidade de agressões às mãos, principalmente quando se usa técnicas de escalada, podendo haver arrancamento de unhas, fracturas de falanges e lesões tendineas. Por isso, o preparo adequado das mãos e o treinamento prévio para técnicas verticais são muito importantes.

Poli traumatismo: Caminhar dentro de cavernas com pouca luz pode levar o praticante a acidentes sérios, como quedas de grandes alturas. Embora esteja estatisticamente relacionado a praticantes que se aventuram sem os guias, também pode acontecer com os mais experientes.



Lesões não ortopédicas

Hipotermia

A Hipotermia é uma condição médica na qual a temperatura corporal da vítima abaixou significativamente abaixo do normal e seu metabolismo começou a ser prejudicado. Isso ocorre quando a temperatura corporal fica abaixo dos 35 graus Célsius. Se a temperatura corporal ficar abaixo de 32 graus Célsius a condição pode ficar crítica e até fatal. Temperaturas abaixo de 27 graus são quase sempre fatais, embora pessoas tenham sobrevivido com temperatura de 14 graus. Estatisticamente, é a lesão mais comum na prática da espeleologia.

Infecções

Leptospirose

A leptospirose, também chamada de doença de Weil em seu quadro mais severo, é uma doença bacteriana que afecta seres humanos e animais e que pode ser fatal. É uma zoonose causada por uma bactéria do tipo Leptospira.

Nos seres humanos causa ampla gama de sintomas, mas algumas pessoas infectadas podem ser assintomáticas, isto é, não apresentam sintoma algum. Sintomas da doença podem incluir febre alta, fortes cefaleias, calafrios, dores musculares, vómitos, bem como icterícia, olhos congestionados, dor abdominal, diarreia ou coceira. Complicações incluem falência renal, meningite, falência hepática e deficiência respiratória, no que caracteriza a forma mais grave da doença conhecida como doença de Weil. Em casos raros ocorre a morte.

O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes serológicos como o Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas (ELISA, no acrónimo em inglês) e o PCR (acrónimo em inglês para Reacção em Cadeia da Polimerase = Polymerase Chain Reaction).

A infecção nos seres humanos é frequentemente causada por água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais infectados (bovinos, suínos, equinos, cães, roedores e animais selvagens) que são ingeridos ou entram em contacto com membranas mucosas ou com fissuras da pele. A prática da espeleologia em ambientes rurais com animais infectados pode levar à doença.

A leptospirose é tratada com antibióticos, como a doxiciclina ou a penicilina.



Acidentes com animais

Aranhas:









Não é novidade que cavernas são habitadas por uma fauna abundante. Entre os invertebrados cavernícolas mais amplamente distribuídos e abundantes em cavernas brasileiras estão as aranhas do género Loxosceles, ou Aranha Marrom. São aranhas pouco agressivas, dificilmente atacam pessoas. As picadas ocorrem como forma de defesa, quando macho ou fêmea é comprimido contra o corpo, durante o sono, no momento do uso das vestimentas (calçando um sapato, por exemplo) ou ao serem tocadas de maneira violenta ao caminhar dentro de uma caverna

No ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível. Depois de 12 a 14 horas ocorre um inchaço acompanhado de vermelhidão na região (edema e eritema, respectivamente), que pode ou não coçar. Também pode ocorrer escurecimento da urina e febre. Os dois quadros distintos conhecidos são o loxoscelismo cutâneo (o que normalmente ocorre, onde há a picada na pele) e o cutâneo - visceral (com lesão cutânea associada a uma hemólise intravascular).

Com o avanço (sem tratamento) da picada, o veneno pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns casos, morte. Somente foram detectados casos de morte - cerca de 1,5% do total - nos incidentes com L. laeta e L. intermedia.

Logo após a picada lave o local com água e sabão abundantes e não faça torniquetes, para evitar a gangrena do veneno e minimizar os efeitos da necrose. É interessante que a região da picada fique em repouso, dificultando a absorção do veneno. Não furar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra. Levar a vítima ao serviço de saúde próximo o mais rápido possível, levando a Aranha (morta ou viva) para identificação de espécie e confirmação da necessidade de soro. Vale lembrar que tais procedimentos servem para qualquer ataque de animal venenoso.

O soro utilizado para combater a picada desta aranha é composto de Antihistamínico/anticolinesterásico/dapsona e 5 ampolas de soro antiaracnideo polivalente ou soro antiloxosceles EV, que deverá ser ministrado ao paciente até 36 horas depois do acidente com a aranha.

Morcegos:










Existem varias espécies de morcegos. Em áreas habitadas onde há criação de animais domésticos, tais como galinhas, porcos, equinos e gado. Acidentes por mordedura podem acontecer pelo fato de sua saliva ser extremamente contaminada pelo vírus da raiva, o acidente é classificado como grave sempre e está indicada a soro vacinação

Bibliografia:
http://www.medicinadaaventura.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=2&Itemid=23

Por: Suse

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